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Evolução da Escrita Infantil

​E finalmente quando a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como uma unidade reanalizável em elementos menores ingressa no ultimo passo da compreensão do sistema socialmente estabelecido. A partir de então descobre novos problemas, pelo lado quantitativo e pelo lado qualitativo.

A escrita infantil, numa concepção construtivista, segue uma linha evolutiva regular através de meios culturais de diversas situações educativas e de diversas línguas. Emília Ferreiro distingui três grandes períodos no interior dos quais cabem múltiplas subdivisões.

- distinção entre o modo de representação icônico e não icônico;

- a construção de formas de diferenciação; (controle progressivo das variações sobre os eixos quantitativos e qualitativos);

- fonetização da escrita (que começa com o período silábico e culmina no período alfabético).

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2010.

Mas como acontece a evolução da escrita infantil?

​O período silábico-alfabético é a transição entre os esquemas prévios e os esquemas futuros a serem construídos. Nessa transição, a criança trabalha com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas.

​No período seguinte, a criança começa a descobrir que as partes da escrita podem corresponder a outras tantas partes da palavra escrita. Inicia-se o período silábico. Embora não necessariamente ao mesmo tempo, as letras podem começar a adquirir valores sonoros relativamente estáveis as partes sonoras semelhantes entre as palavras. Esta é uma fase de muitos conflitos que vão desestabilizando progressivamente a hipótese silábica, até que a criança passe para um novo processo de construção.

​No segundo período a criança constrói formas de diferenciação entre as escritas. Esses critérios de diferenciação são inicialmente intrafigurais (que se expressam sobre o eixo quantitativo, como a quantidade mínima de letras – geralmente três e também sobre o eixo qualitativo, como variação interna das letras nas palavras). Outro critério é o interfigural, que se caracteriza pela busca de diferenciações entre as escritas produzidas, “para dizer coisas diferentes”.

​No primeiro período tem-se a diferenciação entre as marcas gráficas figurativas e as não-figurativas, e a constituição da escrita como objeto substituto, por outro. A criança começa a distinguir o desenho da escrita, mas não lê convencionalmente.

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